Cidade do Vaticano (RV)
- O avião da Alitália que transportou o Papa Francisco ao Rio de Janeiro
aterrissou às 15h45min no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, 17
minutos antes do previsto. O Santo Padre foi saudado às 16 horas, junto à
escada do avião, pela Presidente Dilma Roussef, de quem recebeu flores. O Papa
passou a saudar então as autoridades presentes. Um grupo de crianças cantou para o Papa o Hino da Jornada.
Após
as primeiras saudações no Aeroporto, o Papa Francisco, que dispensou o
Papamóvel neste primeiro trajeto, quis ter um primeiro contato com a população,
fazendo um giro pela cidade num Fiat cor prata, sendo escoltado por três
automóveis da segurança e oito batedores em motocicleta. Em algumas partes do
trajeto, o carro do Papa viu-se em meio a um engarrafamento, sendo envolvido
completamente pela população que tentava tocar o Pontífice ou apenas seu carro,
dando muito trabalho à segurança. Nestas ocasiões, o Papa beijou algumas
crianças.
Nas
proximidades da Catedral do Rio, o Papa trocou o Fiat pelo Papamóvel, sendo
acompanhado por uma multidão ao longo de todo o trajeto. Na Cinelândia, nas
proximidades do Palácio Guanabara, às 17h25min, o Papa trocou de veículo novamente
retornando ao Fiat cor prata, seguindo até um helicóptero, que partiu às
17h48min até o Palácio Guanabara, onde chegou alguns minutos, sendo
efusivamente recepcionado nos jardins do Palácio onde estava a Presidente Dilma
Roussef para recebê-lo.
Após a execução dos hinos do Estado da Cidade do Vaticano e do Brasil, a
Presidente Dilma fez o seu discurso, ressaltando o compromisso do governo no
combate à pobreza e destacando a parceria com as Pastorais da Igreja Católica.
Após
o pronunciamento de Dilma Roussef, o Papa Francisco iniciou o seu discurso, em
português, ressaltando que a Providência o quis conduzir na sua primeira viagem
internacional, à sua amada América Latina, precisamente ao Brasil “nação que se
gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de
fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro”.
Após,
pediu “licença para entrar no coração dos brasileiros, revelando o que veio
trazer ao Rio”:
“Aprendi que para ter acesso ao Povo
Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso
permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta. Peço
licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não tenho ouro nem
prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo! Venho em seu
Nome, para alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração; e
desejo que chegue a todos e a cada um a minha saudação: “A paz de Cristo esteja
com vocês!”
Após
o Papa saudou com deferência a Presidente Dilma Roussef e as autoridades
presentes, agradecendo a acolhida e as palavras que externaram a alegria dos
brasileiros pela sua presença no Brasil. O Santo Padre dirigiu então uma
palavra de afeto aos seus irmãos no Episcopado, “sobre quem pousa a tarefa de guiar o Rebanho de Deus
neste imenso País, e às suas amadas Igrejas Particulares. Esta minha visita
outra coisa não quer senão continuar a missão pastoral própria do Bispo de Roma
de confirmar os seus irmãos na Fé em Cristo, de animá-los a testemunhar as razões
da Esperança que d’Ele vem e de incentivá-los a oferecer a todos as
inesgotáveis riquezas do seu Amor”.
O
Papa observou que a sua presença no Brasil, transcende as fronteiras do país,
pois veio para a Jornada Mundial da Juventude: “Vim para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo,
atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor. Eles querem aconchegar-se no
seu abraço para, junto de seu Coração, ouvir de novo o seu potente e claro
chamado: ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações’”.
E
acrescentou, “Cristo abre
espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela
que se desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da
sua amizade. Cristo “bota fé” nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria
causa: “Ide, fazei discípulos”. Ide para além das fronteiras do que é
humanamente possível e criem um mundo de irmãos. Também os jovens “botam fé” em
Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que
não serão desiludidos”.
O
Papa disse ter a consciência de que, ao falar aos jovens, fala também “às suas
famílias, às suas comunidades eclesiais e nacionais de origem, às sociedades
nas quais estão inseridos, aos homens e às mulheres dos quais, em grande
medida, depende o futuro destas novas gerações”. E complementou:
“Os pais costumam dizer por aqui: “os
filhos são a menina dos nossos olhos”. Que bela expressão da sabedoria
brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual
entra a luz regalando-nos o milagre da visão! O que vai ser de nós, se não
tomarmos conta dos nossos olhos? Como haveremos de seguir em frente? O meu
auspício é que, nesta semana, cada um de nós se deixe interpelar por esta
desafiadora pergunta”.
O
Papa ressaltou que a juventude “é a janela pela qual o futuro entra no mundo”
e, por isso, impõe grandes desafios. “A
nossa geração – disse Francisco - se demonstrará à altura da promessa contida
em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço; tutelar as condições materiais e
imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele fundamentos
sólidos, sobre os quais construir a vida; garantir-lhe segurança e educação
para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores duradouros
pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte transcendente
que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a criatividade do
bem; entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à medida da vida
humana; despertar nele as melhores potencialidades para que seja sujeito do
próprio amanhã e co-responsável do destino de todos”.
Ao
concluir, o Santo Padre pediu a todos a “delicadeza
da atenção e, se possível, a necessária empatia para estabelecer um diálogo de
amigos. Nesta hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação
brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a
Amazônia até os pampas, dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as
metrópoles, ninguém se sinta excluído do afeto do Papa. Depois de amanhã, se
Deus quiser, tenho em mente recordar-lhes todos a Nossa Senhora Aparecida,
invocando sua proteção materna sobre seus lares e famílias. Desde já a todos
abençôo. Obrigado pelo acolhimento!"
Fonte: Zenit.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário