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(Foto: Lenivaldo Bruno) |
Um
momento de devoção e tradição. É dessa forma que pode se resumir a procissão
dos martírios realizada na noite da última sexta-feira, dia 4. Acredita-se que
o ato, ocorrido sempre durante a Quaresma, tenha uma história de mais de 100 anos no município de Nísia Floresta, tendo em vista depoimentos de idosos que
ainda frequentam a Paróquia de Nossa Senhora do Ó, onde
declaram que seus ancestrais já comentavam sobre a procissão.
O
primeiro momento do ato acontece quando dois grupos saem da igreja matriz: um
com a imagem Jesus, carregada apenas por homens, e outro grupo formado por
mulheres, que levam os objetos utilizados nos martírios e humilhações sofridos
por Cristo. Os grupos percorrem alguns metros, por caminhos distintos, do
Centro da cidade até retornarem à igreja matriz.
Procissão com os homens. (Foto: Lenivaldo Bruno) |
Após
a procissão, as mulheres vão adentrando - uma a uma, ou em duplas - com os objetos, que são: a coluna – encontrada na citação de Lucas 23,
13-16; o cálice (Marcos 14, 32-36); a tocha (João 18, 1-5); a espada e a orelha
(João 18, 7-11); as cordas (Mateus 27, 1-2), a mão (João 18, 19-24); o galo
(Lucas 22, 54-61); a coroa de espinhos (Mateus 27, 29); a cana (Mateus 27,
30-31); a cruz (Mateus 27, 32); a taça (Mateus 27, 33-35); os cravos e o
martelo (Lucas 23, 33-34); a esponja (Mateus 27, 45-48); os dados (Mateus 27,
35); a lança (João 19, 31-37), e a escada (João 19, 38-40).
Mulheres entram com o objetos. (Foto: Lenivaldo Bruno) |
Foi
a primeira oportunidade que o Padre Ajosenildo Nunes, Pároco da Paróquia de
Nossa Senhora do Ó desde agosto de 2013, e o seminarista Erivan Junior, que realiza seu estágio
pastoral em Nísia Floresta, tiveram de vivenciar a procissão que, dentre todas as
paróquias que compõe tanto a Arquidiocese de Natal, quanto as Dioceses de Caicó
e Mossoró, só acontece na nisiaflorestense.
O
Padre Cláudio Carvalho, Pároco da Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres, na
cidade de Goianinha, também esteve participando do momento. “Sempre fui
convidado e nunca pude estar presente antes. É um momento muito simples, porém muito
forte. O povo de Nísia Floresta deve se orgulhar dessa peculiaridade. Devemos
ter mais zelo com tudo aquilo que é único. Temos que manter viva esta tão bela
tradição local”, disse o sacerdote.
Sem. Erivan, Pe. Cláudio e Pe Ajosenildo posando para o registro. (Foto: Lenivaldo Bruno) |
Veja mais imagens da procissão dos martírios na fanpage da Paróquia de Nossa Senhora do Ó.
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