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Foto: Gustavo Henrique |
Festa
católica de origem claramente espanhola, a festa de hoje é conhecida na
liturgia com o nome de “Expectação do parto de Nossa Senhora”, e entre o povo
com o título de “Nossa Senhora do Ó”. Os dois nomes têm o mesmo significado e
objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. Anelos
de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do
mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria,
como no mais puro e limpo dos espelhos.
A Expectação (expectativa) do parto não
é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito;
é o desejo inspirado e sobrenatural da “bendita entre as mulheres”, que foi
escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da
humanidade. Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos
afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da
Salvação do mundo.
As
antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes desde hoje
até a Véspera do Natal e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó (“Ó
Sabedoria… vinde ensinar-nos o caminho da salvação”; “Ó rebento da Raiz de
Jessé… vinde libertar-nos, não tardeis mais”; “Ó Emanuel…, vinde salvar-nos,
Senhor nosso Deus”), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da
Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa
invocação de “Nossa Senhora do Ó”. É ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus,
posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da
vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para
pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.
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Foto: Baltazar Marques |
A
festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo décimo Concílio de
Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e
pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de
São Martinho de Dume e pela presença simultânea de três santos de origem
espanhola: Santo Eugênio III de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade
agaliense Santo Ildefonso.
Primeiro
comemorava-se hoje a Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo. Santo
Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título de “Expectação do
parto”. Assim ficou sendo na Hispânia e passou a muitas Igrejas da França, etc.
Ainda hoje é celebrada na Arquidiocese de Braga.
Nossa
Senhora do Ó, rogai por nós!
Fonte:
Porta da Canção Nova.
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