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29 de agosto de 2013 - 180 anos de fundação da Paróquia de Nossa Senhora do Ó

em quinta-feira, 29 de agosto de 2013

 

O território de Papary (Nísia Floresta) já era conhecido em 1607, sendo habitado pelos índios Tupi que viviam em torno das lagoas Guaraíras, Papeba e Papary. A origem do nome Papary (que foi o primeiro nome da cidade), sabe-se que surgiu devido à lagoa de Papary. Esse nome foi elaborado a partir de uma fusão das línguas Tupi e Portuguesa (Upari – Tupi / Ipari – Português / Paspary – Tupi / Papary – português), onde tal união quis dar ênfase à abundância de peixes da lagoa de Papary.



As terras de Papary eram terras consideradas boas para o cultivo, como também suas lagoas muito propícias para pesca. Mas este progresso ficou estagnado em meados do século XVII. A invasão Holandesa que outrora quis trazer para o município progresso e tecnologia trouxe na verdade perspectivas de evolução que nunca foram alcançadas.

Esse povoado, que ficou sem rumo certo durante a invasão holandesa, só veio se reerguer com a chegada dos portugueses em 1703. A terra boa para o plantio e as lagoas superabundantes em peixes, deram impulso para que os portugueses se firmassem no povoado de Papary.

Dentre os aspectos constitutivos do povoado que agora estava sob a influência portuguesa ainda faltava uma coisa: Uma Igreja onde a população do povoado pudesse se encontrar para rezar. Devido a isso em cinco de setembro de 1735 foi dado início a construção da capela do povoado. A construção dessa Igreja, patrocinada pelas famílias Gusmão, Pires e Marinho residentes no povoado, foi supervisionada pelos padres Capuchinhos Italianos que tinham a missão de catequizar os índios de São José de Mipibu. Todo esse grande labor só foi concluído em dezoito de agosto de 1756. Imagina-se que a escolha do nome Nossa Senhora do Ó foi devido justamente à influência portuguesa já que essa devoção surgiu na Espanha, mas se fixou em Portugal.
 
A foto mais antiga que se tem da igreja matriz, datada da década de 40. (Créditos: Baltazar Marques)
 
Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, remontando à época do X Concílio, presidido pelo arcebispo Santo Eugênio, quando se estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro. Sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, este determinou, por sua vez, que essa festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria. Pelo fato de, nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou suspiro) “Oh!”, o povo teria passado a denominar essa solenidade como Nossa Senhora do Ó. Em Portugal, o culto à Expectação do Parto, ou a Nossa Senhora do Ó, teria se iniciado em Torres Novas (Santa Maria, Frei Agostinho – Santuário Mariano), onde uma antiga imagem da Senhora era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó ainda conserva toda a sua construção original barroca. A imagem da padroeira de origem portuguesa deve ter chegado ao município por intermédio desses colonizadores que fixaram moradas nas terras de Papary.



Comemoração aso 50 anos da Campanha da Fraternidade. (Foto: Blog Nísia Digital)
 
A Paróquia também é reconhecida mundialmente pelo seu pioneirismo, tendo sido a primeira no mundo a ter à sua frente, mulheres religiosas. Elas eram da congregação de Jesus Crucificado, e ficaram conhecidas como irmãs vigárias. As mesmas, que por iniciativa do saudoso Dom Eugênio Sales, deram início a Campanha da Fraternidade, na comunidade de Timbó, em Nísia Floresta. Neste houve grandes celebrações aos 50 anos da campanha.
 
Hoje, dia 29 de agosto de 2013, a Paróquia de Nossa Senhora do Ó completa 180 anos de uma fantástica história de evangelização nessas terras da antiga Papary. A marca está sendo celebrada com o primeiro Congresso Eucarístico Paroquial, com uma vasta programação religiosa e social, que teve início no último dia 25 e se extenderá até o dia 1º de setembro.
 
Autor: Sem. João Batista Nunes Filho
 Fontes de pesquisa:
 • Escritos do Mons. Severino Bezerra
 • Arquivo da Paróquia
 • Dicionário da Cidade de Nísia Floresta
 • www.wikipedia.org.

 
 

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