Por Ana Maria Morais, colunista do Nísia Digital.


           Com o aumento da obesidade e das doenças associadas à obesidade, no Brasil, há que se combinarem orientações para a redução das deficiências nutricionais, ainda presentes, com orientações visando à prevenção das doenças crônicas não transmissíveis. Neste cenário, as medidas preventivas ocupam lugar de destaque, não só em função de que a prevenção precoce das doenças associa-se a melhor qualidade de vida, mas também porque, as medidas terapêuticas para a obesidade, um dos principais problemas nutricionais do presente, têm sido de pouca valia.

Estamos iniciando mais um ano. Neste período de verão, as academias ficam mais lotadas, dietas por conta própria são aderidas, principalmente as “dietas da moda”. Será importante que as pessoas possam procurar ou continuar seu tratamento com o profissional da área de Nutrição para orientá-lo a seguir uma nova proposta de dieta, onde sejam respeitadas suas condições sócio-cultural, financeira e até religiosa.
O grande problema nesta história, é que a maior parte das pessoas quer efeitos imediatos, em curto prazo. Assim, uma dieta gradualmente e criteriosamente respeitada nem sempre vem a ser a melhor opção. Alguns tomam inibidores de apetites, outros vão para as academias e até esses nem sempre respeitam o seu próprio programa, pois em poucos dias querem logo ver resultados.
Algumas pessoas se preocupam muito com o peso, mas esquecem das doenças que o excesso de peso possa causá-las. Da mesma forma é a desnutrição, nem sempre ser magro é sinônimo de ser saudável. O magro deve também se alimentar bem para não vir a ficar desnutrido. Por isso que a atividade física ligada à alimentação saudável está ganhando lentamente valorização pela população.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma alimentação adequada é aquela que é acessível e não cara valoriza a variedade, as preparações alimentares usadas tradicionalmente, é harmônica em quantidades e qualidade, naturalmente colorida e segura sanitariamente.
A base científica para prevenção baseia-se em dois componentes. O primeiro seria o conhecimento dos processos biológicos e epidemiológicos subjacentes ao aparecimento das doenças e o segundo a efetividade das intervenções.
      Assim, uma proposta de alimentação saudável, para prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, há de propor dietas que estejam ao alcance da sociedade como um todo, e que tenham um impacto sobre os mais importantes fatores relacionados às várias doenças. Aumentar o consumo de frutas e verduras e estimular o consumo de arroz e feijão é exemplos de proposições que preenchem estes requisitos.
Recente publicação do World Cancer Research Control, em conjunto com o American Institute for Cancer Research também enfatiza uma perspectiva global para a prevenção do câncer. Nesta publicação considera-se que modificações da dieta, em conjunto com a abolição do tabagismo, reduziriam em dois-terços a incidência global dos canceres. Ainda nesta publicação, sugere-se que modificações no sentido de uma vida mais saudável, teriam um impacto, em relação às doenças crônicas, similar ao causado pela melhoria das condições de saneamento, na redução de doenças infecciosas.
      A proposta de uma dieta para a população brasileira tem, ainda, outros dois pressupostos: o resgate dos hábitos alimentares saudáveis próprios da comida brasileira; e a identificação de alimentos, ou grupo de alimentos, cujo consumo deva ser estimulado, mais do que formular proibições. O feijão é um destes elementos de resgate, pelo seu conteúdo em fibras, em ácido fólico e em ferro.
Portanto, para um primeiro contato, fica aqui os nossos sinceros votos de um Ano Novo cheio de paz, amor e saúde, como também o nosso compromisso de orientar aos que se interessar a ler esta coluna sobre alimentação saudável.